APOIE A AGÊNCIA MURAL

Colabore com o nosso jornalismo independente feito pelas e para as periferias.

OU

MANDE UM PIX qrcode

Escaneie o qr code ou use a Chave pix:

apoie@agenciamural.org.br

Agência de Jornalismo das periferias
Notícias

Sem adesão, centros de acolhida na zona sul podem ser desativados; ouça o podcast

Na região existem três centros, sendo dois em Paraisópolis e outro no Jardim Ângela; nenhum opera na capacidade esperada

Image

Por: Redação

Notícia

Publicado em 30.07.2020 | 12:31 | Alterado em 30.07.2020 | 15:43

Tempo de leitura: 3 min(s)

Os centros de acolhida são locais criados para que pessoas com sintomas leves de coronavírus possam se isolar, e assim, diminuir o risco de transmitir a doença para seus familiares. Na zona sul existem três deles que não operam na capacidade esperada e podem fechar nesta quinta-feira (30).

Gisele Alexandre, correspondente da Agência Mural no Capão Redondo, em parceria com o Lucas Veloso, fez uma matéria investigativa sobre o assunto. Ela compartilhou aqui no “Em Quarentena” o que descobriu sobre os centros de acolhimento.

A correspondente do Capão falou sobre a conversa que teve com uma funcionária do centro de acolhida do Jardim Ângela e que não quis ser identificada. “Ela me contou nessa conversa que o serviço tinha uma infraestrutura muito boa e que era um espaço muito preparado para receber e acolher esses pacientes, mas que ele estava sendo pouco utilizado. Perguntei para ela quantas pessoas tinham e ela disse que, na época, tinham três pessoas em um espaço que servia para cerca de 300”. (ouça a partir de 02:05)

Gisele contou o que descobriu em primeira mão, durante o processo de apuração da reportagem. “Ao longo da apuração, eu continuei em contato com minha fonte, ela foi me trazendo informações atualizadas sobre como estava o processo dentro do centro de acolhimento. Ela como funcionária e uma fonte com a identidade preservada, e ela me falou, certo dia, que havia tido uma demissão de vários funcionários do espaço, e que provavelmente, o espaço seria fechado no final desse mês de julho”. (a partir de 02:43)

Ana Leite, voluntária na ONG Parceiros da Educação e coordenadora dos centros de acolhida de Paraisópolis e do Jardim Ângela, falou sobre a pouca adesão da população em relação aos centros de acolhida e explicou o que a gestão fez para mudar isso. 

“As pessoas confundiram muito com os hospitais de campanha em que elas não podiam levar o celular, por exemplo, então as pessoas entravam doentes e muitas vezes eram transferidas para hospitais de maior complexidade e saiam, às vezes de lá, mortas. Então as pessoas achavam que era um hospital de campanha e a gente teve que desmistificar isso. A segunda questão que a gente entendeu é que as pessoas tinham muito preconceito com a doença. Então algumas pessoas não iam procurar as unidades de saúde com medo até de ouvir o resultado, um diagnóstico positivo. Das que iam receber tinham dois perfis. Uma delas que se escondia com medo do estigma da doença, medo de ficar, de um preconceito que existia com a doença”. (ouça em 03:28)

A coordenadora falou também sobre o isolamento. “A gente teve que fazer um trabalho de conscientização nas pessoas para que elas realmente ficassem em isolamento e de forma correta. Às vezes, a pessoa fala que vai ficar em casa, isolada, que vai cumprir a quarentena, ou também com vergonha ou medo de ir para um lugar desconhecido, mas a gente sabe que basta o cara tá em casa para ele abrir uma geladeira, mexer numa pia, encontrar num copo e com isso colocar todo mundo que mora com ele em risco”. (em 04:32)  

A matéria dos correspondentes da Agência Mural “Com pouca adesão, centros de acolhida na zona sul de Paulo podem ser desativados” foi publicada na Folha de São Paulo. 

E Gisele, como moradora da zona sul, finalizou sua participação no “Em Quarentena” compartilhando o que pensa sobre os centros. “É um espaço tão importante, já que a gente tá numa área vulnerável e com casas muito pequenas e com muitas famílias. Então é um espaço importante para o território e que poderia ter sido divulgado de uma maneira mais ampla, para que o acesso tivesse sido mais forte. Pensando que é uma infraestrutura que custou três milhões e setecentos mil reais […] É um serviço que acho que foi muito bem elaborado, enquanto propósito, mas foi pouquíssimo usado como elemento de estratégia na comunicação”. (em 05:48)

Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #79: Sem adesão, centros de acolhida na zona Sul podem ser desativados.

Podcast Em Quarentena

Viver em meio ao coronavírus não deve estar sendo fácil para ninguém. Imagina então para quem vive nas periferias. 

O “Em Quarentena” é o podcast especial que a Agência Mural de Jornalismo das Periferias criou neste momento da pandemia. Queremos informar, com notícias do dia a dia, quem mais precisa se virar meio a esse caos.

Você pode receber o podcast diretamente no seu Whatsapp, enviando um “Oi” para +55 11 9 7591 5260. Ouça também no Instagram, Youtube, Spotify, Deezer, Apple e Google Podcast.

receba o melhor da mural no seu e-mail

Redação

A Agência Mural de Jornalismo das Periferias tem como missão minimizar as lacunas de informação e contribuir para a desconstrução de estereótipos sobre as periferias da Grande São Paulo.

Republique

A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.

Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.

Envie uma mensagem para republique@agenciamural.org.br

Reportar erro

Quer informar a nossa redação sobre algum erro nesta matéria? Preencha o formulário abaixo.

PUBLICIDADE