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Agência de Jornalismo das periferias

Little Shao/Divulgação

Por: Kaliny Santos

Notícia

Publicado em 09.08.2024 | 12:51 | Alterado em 09.08.2024 | 15:07

Tempo de leitura: 2 min(s)

Andressa Fernandes, 33, mais conhecida como a b-girl Dedessa, é descendente indígena, moradora de Diadema, mas nasceu e cresceu até os 21 anos na periferia de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Ela competiu no Pan-Americano de 2023, mas não entrou na disputa por uma vaga nos Jogos de Paris.

Apesar do Brasil não ter conseguido nenhum participante nessa estreia da modalidade, a atleta vê avanços do esporte e tem expectativa sobre o futuro.

‘É importante que o breaking esteja nas Olimpíadas, principalmente para a nova geração. Hoje, há um foco maior nos cuidados com o corpo, algo que não era tão enfatizado no passado, mas que se tornou essencial’

Andressa, conhecida como a b-girl Dedessa

Ela faz parte da Back Spin Crew e, ao lado do colega Lucky, participa das competições representando o grupo. É também professora de breaking no Centro de Treinamento de Diadema – 1° espaço de treinamento especializado na modalidade.

A b-girl começou a jornada no breaking por volta de 2007, mesma época em que o YouTube estava ganhando popularidade no Brasil.

“Dançava danças urbanas com os meus amigos. Depois comecei no breaking em uma ONG. Inclusive a gente ia treinar aos fins de semana nas escolas e ia conhecendo outros lugares”, relembra Andressa.

B-girl Dedessa, vencedora do 1º lugar na Batalha de B-girls da CND @CT Breaking/ Divulgação

Ela participou da City of Hip-Hop na Alemanha e como coreógrafa de um espetáculo composto por educandos da ONG Rede Cultural Beija-Flor em Bergen, na Noruega, em 2019.

Antes de 2021, a atleta competiu nos campeonatos mistos. Dedessa explica que até essa época, os campeonatos de b-girls não eram tão reconhecidos. Em 2022, a atleta venceu a competição CNDD Breaking Sport, tornando-se representante do Brasil na The World Battle, um dos maiores festivais de arte e dança urbana do mundo, em Portugal.

Ela conta que percebeu uma melhora nas pistas e uma melhor profissionalização das competições desde que o breaking foi oficializado como esporte olímpico, em 2020:

‘Conseguimos espaços dedicados para atletas, com fisioterapeutas, por exemplo. Hoje, aos 33 anos, me sinto muito melhor do que quando tinha 20. Ter auxílio médico é essencial para quem é atleta’

B-girl Dedessa

A última competição em que ela participou foi a Red Bull BC One Cypher São Paulo, no dia 3 de agosto, em Diadema, na qual ela passou para competir a Red Bull BC One Cypher Brazil, que foi realizada no dia 4 de agosto, no Auditório do Parque Ibirapuera.

Em 2022, Andressa participou da Red Bull Cypher Brasil, um marco em sua carreira que a impulsionou ainda mais na cena do breaking @Little Shao/Divulgação

A competição valeu vaga para a disputa do World Final, que acontecerá no dia 7 de dezembro na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro, contra os campeões de competições realizadas ao redor do mundo.

O evento também celebrará os 20 anos de história do campeonato. O Brasil sediará pela terceira vez a fase global da maior competição de breaking 1×1 do mundo.

“Fico muito feliz de ter alcançado alguns resultados importantes através do grupo”, avalia a atleta, mirando as próximas etapas. “Já estou me preparando e participando de campeonatos para as Olimpíadas de 2028.”

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Kaliny Santos

Jornalista e pós-graduanda em Direitos Humanos pela Unifesp, atua como analista de comunicação no Instituto Jatobás. Correspondente de Osasco, na Grande São Paulo, desde 2022.

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